A família é uma instituição divina, criada por Deus para ser o alicerce da sociedade, um ambiente de amor, proteção e ensino. Desde o princípio, Deus estabeleceu a família com um propósito claro: glorificar Seu nome e transmitir Seus valores de geração em geração. Porém, nos dias atuais, a visão do mundo sobre a família tem se distanciado cada vez mais dos princípios bíblicos.

A sociedade moderna, influenciada pelo relativismo moral (é a ideia de que o que é considerado “certo” ou “errado” pode variar dependendo da cultura, sociedade ou individuo, ou seja, não existe uma verdade moral universal), rejeita então os padrões divinos (são padrões morais absolutos, imutáveis e universais, ou seja, independentemente de cultura, tempo ou contexto), desta maneira então tem procurado redefinir os conceitos de casamento, maternidade, paternidade e até mesmo a essência do que é ser família. Enquanto a Palavra de Deus apresenta a família como um lugar de comunhão e santidade, o mundo a vê como algo descartável e baseado apenas em conveniências pessoais.

Quando olhamos ao longo da história da humanidade, vamos observar que o conceito de família como uma instituição divina, estabelecida por Deus desde o principio da criação, com o propósito de ser um reflexo do caráter de Deus, baseada no amor, fidelidade, respeito e submissão tem sido influenciado por diversas ideologias e mudanças culturais que, em muitos casos, divergem dos padrões bíblicos. Temos observado que a modernidade trouxe consigo uma série de mudanças que impactaram de maneira profunda o conceito de família.

Essas mudanças têm gerado impactos significativos, onde podemos observar que a fragilização dos laços familiares é uma consequência direta da desvalorização do casamento e da família tradicional, resultando em um aumento de divórcios e conflitos familiares. As crianças em particular, sofrem com a ausência de um ambiente familiar estável e centrado em Deus, o que acaba levando a dificuldades emocionais, espirituais e sociais. Além disso, a erosão dos valores cristãos em relação a família acaba influenciando a sociedade de maneira negativa enfraquecendo a influência da fé, permitindo que ideologias contrárias aos princípios bíblicos ganhem espaço.

Este contraste evidencia a importância de reafirmarmos que a família é um projeto de Deus, planejado para o bem do homem e para a glória do Criador. Em meio a todas essas influências, os cristãos são chamados a defender e viver os valores que Deus estabeleceu, mostrando ao mundo que a verdadeira felicidade e propósito da família estão em Deus, por isso, precisamos promover a restauração da família segundo os padrões bíblicos, e para isso é essencial as igrejas investirem no discipulado familiar, aconselhamentos e em uma comunidade para apoiar as famílias, onde tudo gire em torno dos padrões estabelecidos por Deus.

Neste estudo, vamos explorar vários assuntos a respeito da família, e o nosso objetivo é levar a todos nós o entendimento que a nossa família precisa estar alinhada a vontade de Deus e sendo um poderoso testemunho do Seu amor e graça para o mundo.

Mas antes de encerrar eu gostaria de deixar duas histórias para meditação:

A história de Davi e Bate-Seba em 2 Samuel 11

Davi, já rei de Israel, estava em Jerusalém enquanto seus soldados estavam em guerra. Certo dia, ele viu Bate-Seba, uma mulher muito bonita, se banhando. Davi soube que ela era esposa de Urias, um de seus soldados leais, mas mesmo assim a mandou chamar e se deitou com ela. Bate-Seba engravidou, e Davi, em vez de assumir seu erro, tentou encobrir o pecado. Ele chamou Urias do campo de batalha e tentou fazê-lo dormir com sua esposa para que a gravidez parecesse legítima. No entanto, Urias, sendo um homem íntegro, recusou-se a desfrutar de conforto enquanto seus companheiros estavam em guerra. Diante disso, Davi ordenou que Urias fosse colocado na linha de frente da batalha, onde ele seria morto. Após a morte de Urias, Davi tomou Bate-Seba como sua esposa, mas o pecado dele não passou despercebido por Deus.

Essa história contrasta os padrões bíblicos do casamento.

Adultério e infidelidade – Davi quebra um dos pilares da união conjugal estabelecida por Deus que é o princípio da fidelidade no casamento (Êx 20.14: “Não adulterarás.”). 

Falta de respeito pela família – Davi pecou tanto quanto a família de Bate-Seba e Urias quanto a sua própria, destruindo uma família e trazendo desonra para a sua própria casa. 

Engano e mentira – Ao invés de assumir seu erro, Davi tentou encobrir o pecado com mentiras e manipulação, indo contra o princípio bíblico da honestidade e integridade (Pv 12.22). 

Consequências do pecado – O casamento de Davi com Bate-Seba foi marcado por tragédias, e a família de Davi enfrentou conflitos e mortes como resultado do seu pecado. 

Falta de temor a Deus – Davi agiu de acordo com seus desejos carnais, em vez de buscar a Deus.

A história de Isaque e Rebeca em Gênesis 24

Abraão, já idoso, desejava encontrar uma esposa para seu filho Isaque, mas não queria que ele se casasse com uma mulher das nações pagãs ao redor. Ele enviou seu servo mais confiável à terra de sua família, em Harã, para buscar uma esposa para Isaque. O servo orou a Deus, pedindo um sinal claro para identificar a mulher certa. Ele pediu que a jovem que oferecesse água a ele e a seus camelos fosse a escolhida por Deus. Rebeca, uma jovem bondosa e hospitaleira, apareceu e cumpriu exatamente o que o servo havia pedido em oração. Quando Isaque e Rebeca se encontraram, a Bíblia diz que Isaque a amou e foi consolado após a morte de sua mãe, Sara (Gênesis 24:67).

Vejamos alguns princípios deste casamento:

A união heterossexual e monogâmica: O casamento de Isaque e Rebeca foi uma união heterossexual e monogâmica, alinhada ao plano original de Deus estabelecido em Gênesis 2:24 

Aprovação e direção da parte de Deus: O servo de Abraão orou por direção, e Deus respondeu de maneira específica, confirmando que Rebeca era a escolhida. Isso ilustra a importância de buscar a vontade de Deus no casamento. 

Fidelidade e compromisso: Rebeca deixou sua família e sua terra para se unir a Isaque, demonstrando compromisso com o plano de Deus. Isaque, por sua vez, a recebeu como sua esposa e a amou, mostrando fidelidade e dedicação. 

Amor e cuidado: A Bíblia destaca que Isaque amou Rebeca (Gênesis 24:67), e esse amor envolvia cuidado e proteção como vemos no relacionamento deles ao longo de toda a narrativa bíblica. 

Glorificando a Deus: O casamento de Isaque e Rebeca fazia parte do plano maior de Deus para a formação do povo de Israel. Eles foram escolhidos para continuar a linhagem da promessa, que culminaria em Cristo. Isso mostra que o casamento tem um propósito espiritual que vai além do relacionamento entre o casal. 

Complementaridade e unidade: Rebeca demonstrou qualidades de bondade, hospitalidade e fé, enquanto Isaque mostrou liderança espiritual e amor. Juntos, eles formaram uma unidade que refletia os princípios de Deus. 

Santidade e pureza: A história não menciona qualquer tipo de impureza ou desvio moral. Pelo contrário, o casamento foi conduzido com integridade e respeito aos padrões divinos. 

Perdão e reconciliação: Embora a história de Isaque e Rebeca não mencione conflitos, mais tarde, em Gênesis 26, vemos que eles enfrentaram desafios, como a mentira de Isaque sobre Rebeca ser sua irmã. No entanto, eles permaneceram unidos, mostrando que o perdão e a reconciliação são essenciais para manter a união.